O Dia do Índio é comemorado
em 19 de abril no Brasil para lembrar a data histórica de 1940, quando se deu o
Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. O evento quase fracassou nos
dias de abertura, mas teve sucesso no dia 19, assim que as lideranças indígenas
deixaram a desconfiança e o medo de lado e apareceram para discutir seus
direitos, em um encontro marcante.
Por ocasião da data, é comum encontrar nas
escolas comemorações com fantasias, crianças pintadas, música e atividades
culturais. No entanto, especialistas questionam a maneira como algumas dessas
práticas são conduzidas e afirmam que, além de reproduzir antigos preconceitos
e estereótipos, não geram aprendizagem alguma. "O índigena trabalhado em
sala de aula hoje é, muitas vezes, aquele indígena de 1500 e parece que ele só
se mantém índio se permanecer daquele modo. É preciso mostrar que o índio é
contemporâneo e tem os mesmos direitos que muitos de nós, 'brancos'", diz
a coordenadora de Educação Indígena no Acre, Maria do Socorro de Oliveira.
Índios Xukuru-Kariri da Aldeia Monte Alegre - foto retirada do site:
Saiba o que fazer e o que não fazer no Dia do Índio:
1. Não use o Dia do Índio para mitificar a figura do indígena, com atividades que incluam vestir as crianças com cocares ou pintá-las.
1. Não use o Dia do Índio para mitificar a figura do indígena, com atividades que incluam vestir as crianças com cocares ou pintá-las.
Faça uma discussão sobre a cultura indígena usando fotos,
vídeos, música e a vasta literatura de contos indígenas. "Ser índio não é
estar nu ou pintado, não é algo que se veste. A cultura indígena faz parte da
essência da pessoa. Não se deixa de ser índio por viver na sociedade
contemporânea", explica a antropóloga Majoí Gongora, do Instituto
Socioambiental.
2. Não reproduza preconceitos em sala de aula, mostrando o
indígena como um ser à parte da sociedade ocidental, que anda nu pela mata e
vive da caça de animais selvagens
Mostre aos alunos que os povos indígenas não vivem mais como em 1500. Hoje, muitos têm acesso à tecnologia, à universidade e a tudo o que a cidade proporciona. Nem por isso deixam de ser indígenas e de preservar a cultura e os costumes.
Mostre aos alunos que os povos indígenas não vivem mais como em 1500. Hoje, muitos têm acesso à tecnologia, à universidade e a tudo o que a cidade proporciona. Nem por isso deixam de ser indígenas e de preservar a cultura e os costumes.
3. Não represente o índio com uma gravura de livro, ou um
tupinambá do século 14
Sempre recorra a exemplos reais e explique qual é a etnia, a
língua falada, o local e os costumes. Explique que o Brasil tem cerca de 230
povos indígenas, que falam cerca de 180 línguas. Cada etnia tem sua identidade,
rituais, modo de vestir e de se organizar. Não se prenda a uma etnia. Fale, por
exemplo, dos Ashinkas, que têm ligação com o império Inca; dos povos
não-contatados e dos Pankararu, que vivem na Zona Sul de São Paulo.
4. Não faça do 19 de abril o único dia do índio na escola
A Lei 11.645/08 inclui a cultura indígena no currículo escolar brasileiro. Por que não incluir no planejamento de História, de Língua Portuguesa e de Geografia discussões e atividades sobre a cultura indígena, ao longo do ano todo? Procure material de referência e elabore aulas que proponham uma discussão sobre cultura indígena ou sobre elementos que a emprestou à nossa vida, seja na língua, na alimentação, na arte ou na medicina.
5. Não tente reproduzir as casas e aldeias de maneira simplificada, com maquetes de ocas
"Oca" é uma palavra tupi, que não se aplica a outros povos. O formato de cada habitação varia de acordo com a etnia e diz respeito ao seu modo de organização social. Prefira mostrar fotos ou vídeos.
A Lei 11.645/08 inclui a cultura indígena no currículo escolar brasileiro. Por que não incluir no planejamento de História, de Língua Portuguesa e de Geografia discussões e atividades sobre a cultura indígena, ao longo do ano todo? Procure material de referência e elabore aulas que proponham uma discussão sobre cultura indígena ou sobre elementos que a emprestou à nossa vida, seja na língua, na alimentação, na arte ou na medicina.
5. Não tente reproduzir as casas e aldeias de maneira simplificada, com maquetes de ocas
"Oca" é uma palavra tupi, que não se aplica a outros povos. O formato de cada habitação varia de acordo com a etnia e diz respeito ao seu modo de organização social. Prefira mostrar fotos ou vídeos.
6. Não utilize a figura do índio só para discussões sobre como o
homem branco influencia suas vidas
Debata sobre o que podemos aprender com esses povos. Em relação à sustentabilidade, por exemplo, como poderíamos aprender a nos sentir parte da terra e a cuidar melhor dela, tal como fazem e valorizam as sociedades indígenas?
Debata sobre o que podemos aprender com esses povos. Em relação à sustentabilidade, por exemplo, como poderíamos aprender a nos sentir parte da terra e a cuidar melhor dela, tal como fazem e valorizam as sociedades indígenas?
Fonte: Revista Nova Escola - Edição de Maio/2011.
Seminário pode-se ser definido como um círculo ou grupo de estudos em que se debatem problemas científicos ou matérias expostas por seus participantes. Porém, a palavra seminário também significa SEMEAR. E foi exatamente isso o que aconteceu. Em Jaboatão dos Guararapes agora começa a viver a educação nas relações étnico-raciais. E sobre a temática indigena faço minhas as palavras de Uilton Tuxá: "O momento atual nos abriga a somar toda força possível para que juntos, agora mais do que nunca, possamos reunir toda forças do movimento indígena brasileiro e gritarmos numa só voz RESPEITEM OS DIREITOS DOS PRIMEIROS BRASILEIROS, RESPEITEM OS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL!"
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