Os veículos de informação franceses,
com o foco na situação provocada pelo então furacão Katrina apontavam
sobremaneira a reação pífia do governo americano. O desastre trouxe à tona, e à
vista de todos, a triste condição de muitos negros americanos. Mas, desta vez,
os franceses, que há muito têm criticado o racismo da América, não puderam
evitar traçar alguns paralelos com o que ocorre no seu próprio território.
Sissouo Cheicka teve dificuldade para obter empréstimo ao abrir sua loja, que dá lucro. É verdade que as devastações do Katrina expuseram cruelmente à luz do dia as feridas da América, a multiplicação dos guetos na sociedade, a pobreza, a criminalidade, as tensões raciais e territoriais, afirma o diário conservador Le Figaro, num editorial publicado em 8 de setembro. Na França, os que discordam com essa situação apressam-se a apedrejar o `modelo americano' e o seu presidente neo-conservador. Mas será que eles ao menos viram o estado em que se encontra o seu próprio país?.