18 de mar. de 2012

Negra




TEXTO CONSTRUÍDO NA “CAMINHANDA” JUNTO AOS ESTUDANTES

NEGRA

                                                   Maximina França

Quero dizer que sou negra de alma negra.
Cabelos e olhos negros
E nem por isso me sentir menor.
Quero me amar inteira: melanina e cabelos crespos
E me sentir protegida do sol.

Quero reconhecer em mim a inteligência da minha mente negra.
Muito mais inteligente que muita gente, que pensa e fala muita besteira,
Achando-se melhor.

Quero dançar afoxé, maracatu do baque virado.
Sambar e criar, com a minha negritude.
Quero ser negra no caráter, quando tomo as mais nobres atitudes:

Quando não desisto,
Quando insisto,
Quando luto pelos meus sonhos. .
Quando me oponho.
Quando não me omito e, sem me importar com patentes,
Sou valente.
Quando firmo a minha decisão de ser totalmente negra.

NEGRA, como a Rainha Nzinga
NEGRA, como Chiquinha Gonzaga,
NEGRA, como Lélia Gonzales 
NEGRA, como Expedita Helena

NEGRAS, como tantas negras anônimas, que marcaram  e marcam positivamente  a vida de quem as conhece.

NEGRAS, como o CHOCOLATE.
NEGRAS, como o PETRÓLEO.
NEGRAS, como o CAFÉ.
NEGRAS, como a NOITE... NEGRA.

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