28 de set. de 2012

Jornal francês LE MONDE analisa racismo no Brasil


    Em seu caderno de cultura e ideias do final de semana, o jornal Le Monde dedica duas páginas ao racismo no Brasil. "O país apresenta a imagem, enganadora, de uma sociedade tão mestiça que a cor da pele não conta. A ponto de se esquecer de que foi a nação mais escravagista da América. Mas as discriminações contra os negros - escola, universidade, trabalho - são tamanha hoje em dia que o país adotou cotas", escreve o correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Nicolas Bourcier.


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     O texto lembra que os trabalhos arqueológicos no local onde se encontrava o cais do Valongo, ponto de chegada dos escravos na virada do século 19, coloca em evidência a amplidão do comércio negreiro no Brasil: do século 16 ao século 19, mais de 4 milhões de escravos desembarcaram no país, dez vezes mais que a quantidade enviada aos Estados Unidos.

     O jornal cita Joaquim Barbosa, o primeiro juiz negro nomeado para o Supremo Tribunal Federal. O magistrado diz que "o racismo no Brasil é mascarado, sutil, expresso de maneira velada, subestimado pela mídia. Mesmo assim é extremamente violento".

    O jornalista de Le Monde explica que o Brasil tentou durante anos apagar o seu passado escravagista. Da estratégia do governo de clarear a população graças à imigração maciça de trabalhadores europeus ao mito da democracia racial, o texto reconstitui várias fases da questão racial na sociedade brasileira.

            O texto conclui dizendo que agora a mentalidade dos brasileiros está mudando. Um símbolo forte disso foi o debate sobre a discriminação positiva e a adoção do sistema de cotas para negros na universidade pública.
FONTE: AFROKUT

18 de set. de 2012

Criadores negros. Genialidade e esforço para (re)inventar o mundo em que vivemos - Parte 03

Eles são muito pouco conhecidos de professores e estudantes. Embora muitos deles tenham sido cientistas e empreededores notáveis, continuam a frequentar muito pouco (mas muito pouco mesmo) as aulas de ciências e livros didáticos. Conheça alguns dos homens e mulheres negros que estão por trás de invenções importantes na história da humanidade.


GARRET AUGUSTUS MORGAN

Ao contrário do que se pode imaginar, o inventor do semáforo (patenteado em 1923) e da primeira máscara contra gases (em 1921) não teve a infância típica dos “nerds”. De família pobre, nascido em 1877, em Kentuck, nos EUA, Garret abandonou a escola para trabalhar e, só mais tarde, conseguiu dedicar-se de novo aos estudos. Além de grande inteligência e uma enorme habilidade para consertar tudo o que via pela frente, o jovem Morgan tinha um forte lado empreendedor. Construiu sua própria máquina de costura quando abriu sua sapataria. Sua máscara contra gases foi patenteada pelo governo norte-americano e ele criou uma companhia para fabricar o invento. Este, aliás, teve grande saída durante a 1ª Grande Guerra, mas o negócio começou a naufragar quando os clientes descobriram que Garret era negro. O que fez ele? Para atenuar o preconceito contra a estética negra, acabou inventando um creme que serviria para alisar os cabelos. Nascia ali a GA Morgan Hair Refining Company. Este foi um dos vários negócios que este gênio visionário empreendeu até morrer, em 1963.



ALEXANDER MILES

Quem se arriscaria a entrar num elevador sabendo que a engenhoca poderia tombar vertiginosamente de uma altura considerável, levando todos, literalmente, para o fundo do poço? No século 19, passar por esse tipo de sufoco era bem comum, até quando Alexander Miles criou o elevador elétrico, patenteado por ele em outubro de 1887. É bem verdade que Miles – nascido em Ohio, em 1838, nos EUA – não foi o inventor da máquina, mas melhorou enormemente seu funcionamento, como o abrir e fechar das portas, que passou a se dar automaticamente. Ele criou também outro mecanismo automático, que passou a impedir o acesso ao poço, evitando os tão frequentes acidentes. Um avanço sem o qual não existiriam os arranha-céus de hoje.


Criadores negros. Genialidade e esforço para (re)inventar o mundo em que vivemos - Parte 02

Eles são muito pouco conhecidos de professores e estudantes. Embora muitos deles tenham sido cientistas e empreededores notáveis, continuam a frequentar muito pouco (mas muito pouco mesmo) as aulas de ciências e livros didáticos. Conheça alguns dos homens e mulheres negros que estão por trás de invenções importantes na história da humanidade.




GEORGE CRUM
Em 1853, o cozinheiro de um restaurante em Saratoga Springs, em Nova York, estava empenhado em agradar um cliente que estava no local. No entanto, suas batatas foram a porque estavam grossas e meio macias. Para irritar o cliente, George Crum cortou e fritou novas batatas, mas, dessa vez muito finas, crocantes e com uma generosa quantidade de sal, sem falar que seria muito difícil espetá-las no garfo. E o que era para provocar, acabou virando a sensação do restaurante. A partir daquele dia, outros clientes começaram a pedir a invenção do chef negro, os chips de Saratoga, ou, as famosas batatas fritas.






SARAH E. GOODE

Em 14 de julho de 1885, Sarah criou um projeto de camadobrável. Com o final da guerra civil americana, ela se mudou para Chicago e, mais tarde, tornouse dona de uma loja de móveis e as reclamações de seus clientes quanto a falta de espaço para as camas em suas casas ou pequenos apartamentos, fizeram com que Sarah começasse a pensar em algo para acabar com esse problema. Foi a primeira mulher negra a receber uma patente nos Estados Unidos.







MADAME C. J. WALKER

Foi a partir de uma doença em seu couro cabeludo, que Sarah Breedlove faz fama e fortuna, se transformando na primeira milionária afro-americana entre a passagem dos séculos 19 e 20. Com a queda dos cabelos, ela começou a fazer experiências com remédios caseiros e produtos disponíveis no mercado até criar um xampu e uma pomada à base de enxofre que restaurava a saúde do couro cabeludo e reativava o crescimento dos cabelos. Já ao lado do segundo marido, Charles Joseph Walker, a inventora não parou mais de experimentar e criou toda uma linha de produtos de beleza voltados para negros e negras, principalmente para os cabelos. A empresa, a CJ Walker Manufacturing Company se tornou uma potência nos Estados Unidos e até hoje é sinônimo de beleza negra no país.


Pontos de Partida para Pesquisas Etnicorraciais


Pequena descrição sobre temas que podem desencadear e/ou apoiar a discussão sobre a temática Etnicorracial
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         APARTHEID - SISTEMA OFICIAL DE SEGREGAÇÃO RACIAL QUE ERA PRATICADO    NA ÁFRICA DO SUL PRIVILEGIANDO UMA MAIORIA BRANCA.

AUTO-ESTIMA - VALORIZAÇÃO DE SI MESMO, TER AMOR PRÓPRIO, QUERER-SE BEM, TER UMA IMAGEM OU CONCEITO POSITIVO DE SI MESMO.

DISCRIMINAÇÃO RACIAL - SEGREGAÇÃO, SEPARAÇÃO, APARTAÇÃO RACIAL. ATITUDES QUE VISAM SE SEPARAR AS RAÇAS, BASEADAS EM IDÉIAS PRECONCEITUOSAS.

ETNIA - POPULAÇÃO OU GRUPO SOCIAL QUE APRESENTA RELATIVA HOMOGENEIDADE CULTURAL E LINGÜÍSTICA, COMPARTILHANDO HISTORIA E ORIGEM COMUNS. VEM SENDO USADA EM SUBSTITUIÇÃO A TERMOS COMO NAÇÃO, POVO E RAÇA.

FENÓTIPO - APARÊNCIA EXTERNA DOS INDIVÍDUOS, DETERMINADA PELO SEU GENÓTIPOS E PELAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS.

GENÓTIPO - CONJUNTO DOS GENES DE UM INDIVÍDUO.

KU KLUZ KLAN - ORGANIZAÇÃO RACISTA DOS ESTADOS UNIDOS QUE PREGA A SUPERIORIDADE DA RAÇA BRANCA NORTE-AMERICANA E UTILIZA MÉTODOS VIOLENTOS CONTRA NEGROS, LATINOS, ASIÁTICOS, JUDEUS E HOMOSSEXUAIS.

MAHATMA GANDHI - (1869-1948) LÍDER PACIFISTA NASCIDO NA ÍNDIA DA INGLATERRA, UTILIZANDO-SE DA FILOSOFIA DA NÃO-VIOLÊNCIA PELA DESOBEDIÊNCIA CIVIL.

MALCOM X - (1925-1965) NASCIDO NUMA SOCIEDADE RACISTA, ESTE NEGRO NORTE-AMERICANO FOI O PRINCIPAL PORTA-VOZ DOS NEGROS MUÇULMANOS NOS ESTADO UNIDOS. TRANSFORMOU-SE NUM GRANDE LÍDER ANTI-RACISTA FOI MENSAGEIRO DA JUSTIÇA E DA PAZ, RECEBENDO O PRÊMIO NOBEL DA PAZ EM 1964.

MARTIN LUTHER KING - (1929-1968) PACIFISTA NASCIDO NOS ESTADOS UNIDOS, DOUTOR EM FILOSOFIA, PASTOR E LÍDER NEGRO QUE LUTOU CONTRA O RACISMO SEGREGACIONISTA DO SEU PAÍS. ESTE GRANDE LÍDER ANTI-RACISTA FOI MENSAGEIRO DA JUSTIÇA E DA PAZ, RECEBENDO O PRÊMIO NOBEL DA PAZ EM 1964.

MOVIMENTO NEGRO - MOVIMENTO UNIFICADO DOS NEGROS BRASILEIROS QUE LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E TRABALHA PELO RESGATE DOS SEUS DIREITOS.

NEGRITUDE - CONJUNTO DE VALORES CULTURAIS E ESPIRITUAIS DO MUNDO NEGRO, MUITOS DELES PROIBIDOS DE SE MANIFESTAREM DURANTE O PERÍODO DA ESCRAVIDÃO.

NELSON MANDELA - (NASCEU EM 1918) NEGRO SUL- AFRICANO, ADVOGADO, LUTOU CONTRA O APARTHEID NA ÁFRICA DO SUL. FOI PRESO DURANTE TRINTA ANOS POR ISSO. É MAIOR LÍDER NEGRO VIVO DA ATUALIDADE. TORNOU-SE PRIMEIRO PRESIDENTE NEGRO DE SEU PAÍS. GANHADOR DO PRÊMIO NOBEL DA PAZ EM 1993.

PRECONCEITO - CONCEITO OU OPINIÃO FORMADOS ANTECIPADAMENTE, SEM MAIOR PONDERAÇÃO OU CONHECIMENTO DOS FATOS.

RAÇA- CONJUNTO DE INDIVÍDUOS CUJOS CARACTERES SOMÁTICOS, TAIS COMO A COR DA PELE, A CONFORMAÇÃO DO CRÂNIO E DO ROSTO, O TIPO DE CABELO. ETC., SÃO SEMELHANTES E ES TRANSMITEM POR HEREDITARIEDADE, EMBORA VARIEM DE INDIVIDUO PARA INDIVIDUO.

RACISMO - CRENÇA NA SUPERIORIDADE BIOLÓGICA, CULTURAL E MORAL DE UMA RAÇA SOBRE A OUTRA.

RESITÊNCIA NEGRA - FORMAS DE REAÇÃO DOS NEGROS CONTRA A VIOLÊNCIA DO ESCRAVISMO, CONTRA A OBRIGATORIEDADE DA ACULTURAÇÃO. FUGAS, SUICÍDIO, ASSASSINATOS REJEIÇÃO TRABALHO, SURGIMENTOS DOS QUILOMBOS, PRÁTICAS DE CULTOS.

STEVE BIKO - (1946-1977) LÍDER SUL-AFRICANO, STEPHEN BIKO, TAMBÉM CONHECIDO COMO STEVE BIKO, DESTACOU-SE NA LUTA CONTRA A POLÍTICA DO APARTHEID: FOI PRESO, TORTURANDO POR QUASE VINTE E QUATRO HORAS E ASSASSINADO PELA POLICIA. PROCUROU, POR INTERMÉDIO DA CONSCIÊNCIA NEGRA, DIFUNDIR NA COMUNIDADE NEGRA UM NOVO ORGULHO DE SI MESMA, DE SUES ESFORÇOS, DE SEUS VALORES E DE SUA CULTURA.

Criadores negros. Genialidade e esforço para (re)inventar o mundo em que vivemos - Parte 01


Eles são muito pouco conhecidos de professores e estudantes. Embora muitos deles tenham sido cientistas e empreededores notáveis, continuam a frequentar muito pouco (mas muito pouco mesmo) as aulas de ciências e livros didáticos. Conheça alguns dos homens e mulheres negros que estão por trás de invenções importantes na história da humanidade



FREDERICK JONES

Nascido pobre, em Ohio, em 1883, não se imaginava que o menino negro Frederick Jones fosse driblar as dificuldades da vida e transformar-se num inventor notável. Órfão aos oito anos de idade, ele interrompeu os estudos muito cedo e, aos 16 anos, empregou-se como aprendiz de mecânica, área que estimulou sua capacidade inventiva. Interessado, inteligente e devotado à leitura, Jones aprendeu os mistérios da eletrônica, sozinho. De posse destas habilidades, criou um dispositivo capaz de casar som com imagem em movimento e chamou a atenção de empresários da indústria do cinema. Eram os anos 30 do século 20. Em 1935, o afro-americano deixou seu nome marcado pela criação de outro importante invento: o ar- condicionado. Morreu em 1961, tendo deixado em seu nome 66 patentes, das quais 40 na área de refrigeração.


 JOHN STANDARD

Quando falamos de invenções e patentes, criar melhorias num artefato ou produto já existente pode ser algo de enorme importância, e John Standard foi um grande homem devotado a promover avanços tecnológicos. Graças a ele, a geladeira, que já existia no século 19, ficou bem mais próxima do eletrodoméstico que conhecemos hoje. Em 1891, John patenteou um modelo que substituiria com “certos novos arranjos e combinações das partes” – como ele informava num documento – os refrigeradores com designer antigo não elétrico e não motorizado, no qual uma câmara de gelo era preenchida manualmente para refrigeração. Standard também criou um modelo portátil de fogão a óleo.